Por que mapear a diversidade cultural?
A diversidade cultural é, seguramente, o maior patrimônio da humanidade. Expressa a infindável capacidade de criar do ser humano. E isso se faz presente em todas as dimensões do comportamento das pessoas, seus grupos e suas comunidades. Encontramos diversidade cultural nas diferentes linguagens artísticas; nas expressões simbólicas ligadas à fé, ao trabalho, ao lúdico; nas práticas de reciclagem e transformação; enfim a diversidade cultural revela a capacidade humana de se afirmar e se reinventar. Mas na mesma proporção que a diversidade nos une a partir das possibilidades das trocas, ela nos separa, cria tensões, inaugura processos de discriminação e intolerância. De um lado, a diversidade cultural nos chama ao diálogo e à convivência criativa, mas do outro, a diversidade alimenta divergências e preconceitos.
Por isso a necessidade de se conhecer e divulgar as nossas diferentes formas de estar no mundo. Daí a necessidade de se mapear a diversidade cultural: para dar visibilidade à riqueza cultural de uma região, mas também para promover o reconhecimento e o respeito às diferentes expressões culturais de uma região e de uma comunidade.
O Mapeamento da Diversidade Cultural das cidades de Oriximiná, Faro, Óbidos e Terra Santa no oeste paraense, tem esse objetivo. Promover a diversidade de expressões culturais e desta forma, contribuir para a consolidação de uma atitude ética e cidadã entre os diferentes.
Em parceria com o Circuito Cultural Trombetas, nosso objetivo foi o de formar agentes culturais locais na identificação e reconhecimento da diversidade de expressões culturais de seus municípios, com ênfase nos espaços e equipamentos culturais, fazedores de cultura individuais e coletivos e eventos artístico culturais regulares, de modo a organizar e disponibilizar as informações em formato de plataforma digital. Desta forma, esperamos contribuir para a proteção e promoção da visibilidade e valorização das expressões da diversidade cultural regional.
Como o trabalho foi realizado?
Em cada um dos municípios foi realizada uma Oficina com artistas, agentes culturais, professores e líderes comunitários, para a formação dos monitores que realizariam os trabalhos de coleta de informações.
As oficinas tiveram duração de uma semana e foram desenvolvidas integrando atividades de formação conceitual sobre a cultura e sua diversidade e atividades de experimentação de metodologias de entrevista, fotografia, gravação de depoimentos e utilização de mapas para a localização das informações.
Em cada uma das cidades – Oriximiná, Óbidos, Terra Santa e Faro, os trabalhos foram adaptados às realidades locais e à disponibilidade dos participantes. Mas em todos eles, o reconhecimento da importância do Mapeamento da Diversidade Cultural era o mesmo.
O que apresentamos aqui é o resultado parcial do trabalho que, esperamos, tenha continuidade não só na complementação das informações abarcando as áreas mais distantes dos núcleos urbanos de cada cidade (área rural, populações ribeirinhas, comunidades indígenas e quilombolas, etc), mas pela necessidade de atualização contínua.
A todos que participaram do processo (listados nas páginas iniciais de cada cidade) nosso agradecimento, na certeza que aprendemos muito uns com os outros. Mas o mais importante é que este Mapeamento revela a riqueza cultural de uma região de paisagens naturais belíssimas, mas que tem em seu povo a maior e mais definitiva criação.
Naveguem por este mapeamento, temos certeza que será uma grande aventura !