Memória Patrimônio e história local
Histórico: “A Casa de Caridade Manoel Gonçalves Gonçalves de Souza Moreira, foi fundada devido à generosidade do benemérito Itaunense Cel. Manoel Gonçalves de Souza Moreira, que deixou em testamento, grande parte de seus haveres, avaliados e mais de mil contos, destinados a amparar e minorar os sofrimentos dos desprotegidos da sorte.
Em 1925, dizia o jornal Minas Gerais, que a Casa de Caridade Coronel Manoel Gonçalves de Souza Moreira era “uma das melhores de todo o Estado de Minas Gerias”. Esta posição de ser a melhor se destacava tanto pela sua estrutura como pelos serviços ali prestados. Sua localização era privilegiada, pois bem à sua frente havia uma pequena estação de embarque e desembarque que inúmeros doentes que chegam da região em trem de ferro.
Destaca o mesmo jornal que “as operações cirúrgicas são feitas diariamente alli(sic). Cortase de manhã e á noite …”. o que significa que a Casa de Caridade era, além de bem equipada, possuía uma equipe médica que merecia destaque. Ainda na década de 1920, a equipe médica era comandada por dr. Dorinato Lima, que na época se destacava como um grande cirurgião.
Embora a cirurgias eram a atividade médica que mereceu destaque do jornalista do “Minas Geraes”, o atendimento médico se especializara em várias doenças, como “indivíduos papudos, aleijados, estropiados, cambaios, de tudo ali se vê”.
Além do dr. Dorinato Lima, o jornal “Minas Geraes” destacavam a atuação de outros médicos como os “drs. Dario Gonçalves, Antônio Lima Coutinho e Lincoln Nogueira Machado.” Período em que esta Santa Casa era administradas pelas Irmãs Auxiliares da Piedade, merecendo destaque Irmã Benigna. Com o crescimento dos atendimentos e a necessidade de ampliação, optaram pela construção de um novo prédio com os recursos deixados como patrimônio do benemérito Manoel Gonçalves de Souza Moreira.
Polêmicas à parte, a realidade é que as paredes do velho prédio da Casa de Caridade continuam resistindo às intempéries do tempo e grita aos seus conterrâneos por socorro. Resta-nos saber se estamos dispostos a ouvir seus gritos.”
Texto retirado do Caderno do Patrimônio Cultural de Itaúna: Bens Patrimoniais Tombados e Registrados. Edição 01, Itaúna: Codempace, 2017.