Conjunto Urbanístico arquitetônico do Morro do Rosário

Memória Patrimônio e história local

Histórico: “Para Miguel A. G. de Souza, a obra de construção da capela de Santana, em que pese importância do minerador e agente de negócios, Manuel Pinto Madureira, não foi empreendida por apenas um homem. A provisão registrada no Arcebispado de Mariana confirma esta participação coletiva na construção da capela

A capela construída na cumeeira da Colina do Rosário, pela informação do Bispo, possuía ao seu redor 6 casas e mais abaixo o arraial, em local mais propício ao desenvolvimento devido à proximidade com o rio São João. Seu progresso aconteceu sem grandes sobressaltos, com a população exercendo suas atividades agropecuárias e a decadente mineração. Nas primeiras décadas dos oitocentos a lavoura e a pecuária superaram a produção mineradora que, desde os primeiros tempos da ocupação, sempre se mostrou modesta e explorada de forma precária e primitiva (SOUZA, 1986:85).

Mas o desenvolvimento, embora sem embaraço, mas constante, fez sentir a necessidade de substituição ou de ampliação do templo que até então servia de matriz. Sobe o comando do Padre João Batista, em 1853, aconteceu a troca de oragos entre as capelas de Santana e a de Nossa Senhora do Rosário, igreja construída pelos negros em 1840. A iniciativa da mudança coube aos frades capuchinhos que perceberam que a igreja dos negros estava em local de acesso mais fácil para os fiéis espalhados pelas margens do rio São João.

Segundo Dornas Filho, a transferência da matriz para a igreja de Nossa Senhora do Rosário deu-se em 1856, ensejando as obras de ampliação do pequeno templo. A reforma se arrastou até 1875, quando foram terminadas as pinturas internas de autoria do artista Pedro Campos, natural de Sabará, auxiliado por Antônio José dos Santos (DORNAS FILHO, 1934:24).

Ao longo de sua história a Capela passou por algumas intervenções, que alteraram algumas de suas características artísticas, mas há muito o que ser preservar. Depois de debates intensos em reuniões do Conselho do Patrimônio, interdições e interrupções, hoje a Capela do Rosário está totalmente restaurada e foi entregue à comunidade no ano de 2015. Fato muito significativo para a história local. A capela do Rosário e seu conjunto urbanístico e paisagístico é o principal bem preservado do município de Itaúna, e cabe a nós itaunenses, zelar pela sua conservação e pela sua história, pelo que representa em nossa história.”

Texto retirado do Caderno do Patrimônio Cultural de Itaúna: Bens Patrimoniais Tombados e Registrados. Edição 01, Itaúna: Codempace, 2017.