Imagem Senhora Sant’Ana

Memória Patrimônio e história local

Histórico: “O histórico desta imagem é um tanto difícil de precisar, uma vez que não comprovação documental de sua origem, bem como registro de sua chegada à Itaúna. Segundo algumas pesquisas orais e interpretações de documentação referente aos primeiros colonos que chegaram na região foi possível elaborar um pequeno relato que serve como registro histórico, sem, no entanto, fechar a questão, visto a impressão das informações. Assim, com esta consciência podemos afirmar que a história da Imagem de Senhora Santana permanecerá em aberto, de modo que poderá receber mais informações provenientes de pesquisas futuras.

terras de Santana do São João Acima está, também pela tradição, depositada na pessoa de Manoel Teixeira Sobreira, fazendeiro e minerador que se instalou como sesmeiro “à beira do Rio Águas Claras. Neste lugar, iniciou a formação de um núcleo conhecido com o nome de Rocinha… vindo a se tornar a cidade de Bonfim.” (ANDRADE, 1975, p.04). Continua Edward Andrade (1975) que este Manoel Teixeira Sobreira “era devoto do Senhor do Bonfim” e por este motivo teria mandado construir uma capela em Águas Claras, que hoje é a Matriz de Bonfim. Além disso, este mesmo Manoel Teixeira havia encomendado de Portugal além da imagem do Senhor do Bonfim, outras duas imagens da Senhora Sant’Ana. Estas imagens teriam sido doadas para Sant’Ana do Paraopeba, município de Belo Vale, e a outra para Santana do São João Acima, hoje Itaúna.

A grande questão, no entanto, é precisar a data de doação desta imagem, visto que a provisão para a Construção da Capela de Sant’Ana data de 1750 e que seu término é de 1765. Seria possível estas datas servirem de referência? João Dornas Filho, em sua obra “Contribuição para a História do Município” nos ajuda sobre o assunto ao afirmar:

“o curato de Sant’Anna do Rio de São João Acima parece foi criado em data anterior a 1778, pois nesse ano a capela já estava construída e a padroeira já fazia jús a votos de reconhecimento, como se verifica de um quadro de madeira encontrado na sacristia, que diz assim “Milagre que fez a Sra. Sta. Anna a Franca da S. q. padece hua moléstia de hua malina, e emplorando ao patrosinio da da sra. ficou Sam no ano de MDCCXXXXXXXVIII”. (1936, p.16-17)

A partir deste texto de João Dornas e acreditando que a “padroeira” que fazia “jús a votos” no ano de 1778 se trata da mesma imagem, podemos então considerar, por dedução, que a imagem da Senhora Sant’Ana está presente nos primórdios de nosso município.

A imagem Senhora Sant’Ana é em madeira policromada, cuja tipologia se refere à Sant’Ana Mestra e, ao longo de sua permanência na vida da matriz, tem cultivado o carinho e o cuidado da população itaunense.”

Texto retirado do Caderno do Patrimônio Cultural de Itaúna: Bens Patrimoniais Tombados e Registrados. Edição 01, Itaúna: Codempace, 2017.